quinta-feira, 19 de março de 2015
segunda-feira, 9 de março de 2015
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Cartaz
PORTO
No traçado das ruas mais antigas
Na teia imperfeita que se gera
Os arcos surpreendem as ogivas
No frio granítico das pedras
Semi-círculos perfeitos, encaixados
Em pedestais de pontes que sabemos,
Assentam bem demais naquelas águas
Que trazem os poentes que quisermos
No olhar onírico das cores
Que em tons azuis-cinzentos aqui vemos
Saberemos encontrar sempre uma cor
Na memória do futuro que fizermos.
07.02.2015
João Pereira da Silva
FERNANDO GASPAR
n.1966, em vagos | aveiro
Exposições Individuais (selecção)
2015 - cidade paralela - galeria vieira portuense - porto | pt.
2014 - separated land - bill lowe gallery - atlanta, ga | us.
2013 - moving places - bill lowe gallery - atlanta, ga | us.
- zwarte koninginnen – amstelkerk - amsterdam | nl.
2012 - princesas de arcádia - lm galleria - sintra | pt.
- remind 25 - cosmopolis/ centre culturel européen - nantes | fr.
2011 - remind 25 - museu da cidade de aveiro - aveiro | pt.
- três momentos - galeria 57 - leiria | pt.
- ad infinitum / silêncio – consulado-geral - paris | fr.
2010 - in itinere – perlimpimpim - vagueira | pt.
- rebelião no zoo – parte II – casino estoril - estoril | pt.
2009 - invisible shapes – alphart gallery - lisboa | pt.
2008 - o afecto o tempo e o rio – fundación duero - cáceres, salamanca, valladolid, zamora, saragoça, soria, plasencia | es.
2006 - ibéria - casino estoril - estoril | pt.
2005 - atlânticas – galeria vera cruz - aveiro | pt.
- momentos de luz – micro-arte - lisboa | pt.
- crónicas de um encontro – casino estoril - estoril | pt.
2003 - rebelião no zoo – parte I – casino estoril - estoril | pt.
2002 - bestiário / insectos - enquadrar - aveiro | pt.
- personagens para uma história - artemporio - lisboa | pt.
2001 - no limite da água - galeria arte&oficina - setúbal | pt.
- lugares de uma viagem - casino estoril - estoril | pt.
2000 - parcours imaginaire - convent des récollets - cognac | fr.
- parcours imaginaire - staff centre - nato | bruxelas | be.
- sítios da memória - galeria dos coimbras - braga | pt.
1999 - bestiário / touros - enquadrar - aveiro | pt.
- estudos para um improviso – casino estoril - estoril | pt.
1997 - centro unesco - porto | pt.
- aguarela ainda - museu regional de sintra - sintra | pt.
1995 - sud - royal anderlecht golf club - bruxelas | be.
- colecções particulares II - staff centre - nato - bruxelas | be.
- colecções particulares I - maison des artistes - anderlecht | be.
1994 - galeria interatrium - porto | pt.
1992 - galeria vértice - lisboa | pt.
1991 - museu regional de sintra - sintra | pt.
1990 - à passagem de um rio - ateneu comercial do porto - porto | pt.
1988 - galeria municipal de aveiro - aveiro | pt.galeria de arte a grade - aveiro | pt.
1986 - galeria de arte a grade - aveiro | pt
Exposições Coletivas (selecção)
2014 - 28º salão de outono - casino estori l- estoril | pt.
2012 - sexto sentido - galeria 57 - macau | cn.
- kunstart 12 - bolzano | it.
2011 - fozarte 2011 - ap'arte - porto | pt.
2010 - os bichos também são gente – casino estoril - estoril | pt.
2008 - artein, art madrid - madrid | es.
2002 - galeria magna - coimbra | pt.
- arte estoril, 1ª feira de arte contemporânea do estoril - estoril | pt.
2001 - 5º prémio nac. de pintura antónio joaquim / artistas de gaia - gaia | pt.
- cultura aberta – gal. da restauração / porto 2001 - porto | pt.
2000 - marcamadeira - feira de arte contemporânea - madeira | pt.
- arte contemporânea portuguesa - reservatório da patriarcal - lisboa | pt.
- 500 anos da descoberta do brasil - curitiba | br.
- artesevilla - feria de arte contemporaneo - sevilha | es.
1999 - fac - parque das nações - lisboa | pt.
- convento do beato - lisboa | pt.
1998 - 2º prémio nac. de pintura antónio joaquim / artistas de gaia - gaia | pt.
1997 - 1º prémio nac. de pintura antónio joaquim / artistas de gaia - gaia | pt .
- colectiva d’estiu - galeria marbelló - barcelona | es.
- salão de aguarela - casino estoril - estoril | pt.
1996 - casa de portugal - paris | fr.
- printemps culturel - avignon | fr.
- dez anos, dois homens e um laço - vagos | pt.
1994 - modos de ver lisboa - galeria barata - lisboa | pt.
- muestra de arte portugues contemporaneo - barcelona | es.
- prémio almada negreiros - mapfre vida - porto | pt.
1992 - salão de aguarela - casino estoril - estoril | pt
1991 - 12º salão de outono - casino estoril - estoril | pt.
- lisboa - séc. xx nas artes plásticas - palácio das galveias - lisboa | pt.
- a festa da primavera - soc. de geografia de lisboa / cml - lisboa | pt.
1990 - 5º salão de primavera - casino estoril - estoril | pt.
- o norte na pintura - exponor - porto | pt.
1989 - a vinha e o vinho na pintura - soc. nac. de belas artes - lisboa | pt.
- 4º salão de primavera- casino estoril - estoril | pt.
1986 - artistas da beira - museu grão vasco - viseu | pt.
Prémios
2009 - prémio cultura - vaga de ouro.
2000 - 4º prémio nacional de pintura antónio joaquim / artistas de gaia - (menção honrosa).
2001 - cultura aberta - galeria da restauração / porto 2001 - porto - (prémio pintura).
1998 - 2º prémio nacional de pintura antónio joaquim / artistas de gaia - (prémio nacional de pintura).
1997 - 10º salão de primavera – casino estoril - estoril - (menção honrosa).
- paisagem portuguesa – casino estoril - estoril - (menção honrosa).
- 1º prémio nacional de pintura antónio joaquim / artistas de gaia - (menção honrosa).
1989 - 4º salão de primavera - casino estoril – estoril - (menção honrosa).
1987 - cerâmica artística e decorativa - aveiro 2 - aveiro - (menção honrosa).
Uma pintura sólida, de conceito, de valores…
Uma pintura sólida, de conceito, de valores…
A figura humana, e consequentemente o rosto e o corpo, são os países em que assentam esta talentosa série de obras, aqui reunidas com o nome de REMIND 25.
Poderemos designá-los (poe que não?) por castelos humanos, qual fortaleza possuidora de uma magia que reflecte emoções e os mais plurais sentidos construídos com garra e determinação.
Os corpos, essencialmente o feminino, criados por Fernando Gaspar, transmitem acima de tudo grande sensibilidade, originando ao observador, mesmo ao mais resistente, uma grande vontade em tocar ou entrar corpo adentro, qual labirinto do desejo que nos inquieta e agita.
De lá – da interioridade da pintura – quase que surgem vozes apelativas e acenos como que a lançar um desafio, o repto do diálogo certeiro entre a obra e quem a vê e sente; os corpos, aqueles corpos, prendem-nos, amarram-nos umbilicalmente.
É um trabalho a que não se consegue ser indiferente e que obriga a uma reflexão, retendo na memória as metamorfoses (é assim que entendo parte desta pintura) do rosto.
Fernando Gaspar enceta uma curiosa viagem pelo retrato, abordando-o nas mais diversas, mas interessantes perspectivas, que nos proporcionam, como já referi, um questionamento sobre a origem humana. Quem somos? Para onde vamos? E muitas questões que o pintor, voluntária ou involuntariamente, nos coloca através das suas telas de grandes dimensões. A qualidade da pintura, que agora aqui se nos apresenta, é indiscutível, mas, mais que o gesto, a composição é rigorosa e perfeita, capaz de nos mostrar o outro lado do homem, neste caso, o lado de dentro que, a meu ver bem, pinta, pintando-se.
No entanto, e como fica provado pelas mais variadas obras que constituem esta exposição, a pintura de Fernando Gaspar não vive apenas de auto-representações, mas também da representação do outro, do corpo do outro, concretamente do corpo feminino.
Com grande liberdade de gesto (sente-se essa atitude, significativamente) o pintor faz nascer corpos, de mulheres, de rara beleza, mas transmitindo grande sensibilidade e sensualidade. A pintura, esta pintura é, assumidamente, criada com grande rasgo e cumplicidade de quem não é indiferente à beleza feminina, e muito menos à criação de uma pintura sólida, de conceito, de valores.
A obra de Fernando Gaspar resulta numa feliz ligação, cúmplice, entre o rigor da arte e a liberdade no gesto, a beleza do modelo e a concepção da forma e da cor.
Agostinho Santos
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Texto por Rosa Teixeira Ribeiro
"Ele não olha: vê;
não narra: vive;
não reproduz: recria;
não encontra: busca…”
Mal conheço o Fernando.
O pouco que sei, e o muito que adivinho, bole comigo, de forma epidérmica, pouco intelectualizada.
A sua reserva romântica, a calma e modesta figura, o tímido sorriso suave, o olhar perfurante, numa permanente atitude de quem quer acalmar o mundo.
Sinto na sua pintura a mesma austeridade serena que envolve e sossega.
Uma energia tensa e criadora, que interroga e não deixa indiferente.
Sua expressão solta e livre cria uma atmosfera única, densa.
Força e fragilidade alternam ou coabitam, e conduzem subtilmente à consciência do valor do silêncio.
Sugere, sem impor, o seu universo, o seu horizonte, o seu infinito.
Não sei, onde, é tantos.
Rosa Teixeira Ribeiro
Nantes, Outubro 2011
Nantes, Outubro 2011
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